quarta-feira, abril 27, 2011

(...) uma pitada de verdade, poesia e fantasia;



"Ela vagava de um lado pro outro em seu quarto que naquele instante lhe parecia minúsculo e um calabouço das palavras que soltava displicente. Estava tonta de tanto pensar e girar por dentro de suas entranhas e labirintos.Desaba de bruços na cama, seu melhor colo, e quem mais lhe entendia. Passa rapidamente a vista pelo quarto e repara a bagunça em sua volta. A garrafa de vinho vazia caída no canto, folhas rabiscadas sobre o travesseiro, fotos cravadas no chão, peças de roupas que havia separado para aquela noite e a ardência daquilo que permitia fluir em sua mente.

 Que não sossegava. Só cegava.

A moça segue assim, enquanto carne e somente corpo, ela esquenta. É nos movimentos e em tais sensações que encontrava um prazer impulsivo e desenfreado. Ela ferve para ser consumida, atendida e para queimar. É tomada por esse sentimento que ama tanto que o teme.

E fantasia, fantasia, fantasia...

Acabou caindo no compasso do sono pesado de quem álcool de sobra nas veias. De quem se esqueceu de desligar o som de fundo que tocava um jazz envolvente, repetindo e suplicando “Ne Me Quitte Pas”".

Por: Natana 

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