terça-feira, agosto 14, 2012

Resquício de um suposto amor


       


Contentava-me com meias palavras, meia honestidade, negava a verdade aos olhos cegos de tanta paixão, doce menina ingênua, cada vez mais se afundando em um balde de hipocrisia, e a cada suspiro era um riso morno que escapava. Os ponteiros do relógio giraram várias vezes, os anos se passaram e ao vasculhar um baú da memória pensei: _ quanta saudade me prende aqui! Uma nota de motel rabiscada e um corpo marcado; segredos guardados a sete chaves. Sete dias na semana, vinte e quatro horas por dia,  sou extremamente masoquista, sei até do que não existiu, penso, dois corpos nus frente a frente a se olhar, alto teor de desejo e um gosto amargo na boca de um sentimento bom e inexistente que havia. Que tal amor ?Welcome a realidade, amor é uma bebida? Trouxeram-me a tampa do baú revestida de doces e álcool, e num piscar de olhos nada mais havia, nenhuma dor latejava, a não ser em dias de chuva,  festa, e ao olhar as fotografias, que aquele moço estúpido negou-se a tirar comigo.