Vejo-me
no lugar sem fim de mim. Ora, talvez agora, não amanhã eu devo olhar para a
minha vida, fazer um esforço e contornar os danos. Digo diante da felicidade e
simplicidade que tive: _ o sorriso do retrato antigo já não salva a nova moldura.
Por quais vias, quais ruas, quais pessoas e angústias tudo isso se perdeu, onde
está o grito, o riso alto, o movimento do corpo ao som da música de merda. Que
pessoa estou sendo, onde tenho pisado? Tentarei explicar a mim próprio como
cheguei aqui, mas talvez eu só precise ir ou ficar, ou ir e descansar o
coração, para amenizar o desassossego de todo dia. Vida brilha sua luz em meu
caminho que eu quero seguir diante da paz e serenidade de ser.