quarta-feira, fevereiro 01, 2017

ainda leve feito pluma
cruzei o mapa do teu ser
avistei teus pontos, conheci teus contos, pistas, brechas,
te imaginei  qualquer cor
eu te despertei  qualquer dor
esquivo feito bicho
e mesmo assim em ti eu me lancei
grito silencio, confusão macia
um dia
avistei teus olhos e já era eu entregue, sim
enrolado em meu cabelo, te dou logo um nó perto do peito
você tenta me encontrar
presumo assim enquanto aspiro teu cheiro
que teus olhos terrosos trêmulos 
exalam teu medo de homem de se perder. 

terça-feira, novembro 15, 2016

Da vida

Apostando na contrariedade da vida. Na dúvida de que o certo pudesse estar errado e o errado pudesse estar certo, nós fugimos do obvio e pegamos o caminho inverso. Afinal nas eventualidades que surgem os amores. Sem respostas, mas com convicção, a gente procura amores nos bares, festas, botecos, sites de relacionamento, a gente procura o amor e encontra boca, braço, peito. Procura carinho e encontra sexo, procura companheirismo e encontra companhia, nessa soma o resultado é falta e o excesso é carência. 

quinta-feira, setembro 10, 2015

uma resposta



Ao mergulhar em meus olhos, no mais,
você verá refletir tua imagem,
razão da minha calma, alma leve e feliz.
Tens meus olhos e carinho,
meu riso também é teu.
Razão, causa, motivo, defino, é  você,
e diante de tudo que se tem vivido,
do que é sentido,
para além do que é dito,
a palavra recíproco é ordem quando se fala em nós.

sobre escolhas e acasos

Durante toda a nossa vida fazemos planos, tanto, que as vezes nos esquecemos de vivê-la. Uma alteração aqui, uma escolha ali e uma não escolha acolá, as coisas sempre seguem o seu rumo, rumo próprio, seu curso. Daí perdemos o controle, tampouco sabemos nós que talvez a graça esteja no "não saber", em não controlar, no caos que muitas vezes nos proporciona experiências fantásticas.

Entregue-se a o que há de vir.
Vivamos sempre os acasos e sejamos felizes e gratos a vida.

sexta-feira, março 20, 2015

o jogo


Entre um jogo e outro destes que são postos a mesa,
eu descubro,
e logo após tu me revela as perigosas cartas, 
cartas estas marcadas de tantos causos que foram ocultos,  para que eu pudesse dormir.

quinta-feira, novembro 20, 2014

F-oi



Foi nessa de se afastar por ternura, que a loucura transbordou no amor,
para os sujeitos opostos, o não lúcido, lúcido se tornou.
O amor tornou-se consciente,
onipresente
e se eternizou.
O laço que nos unia enroscou-me o corpo, já não pude respirar,
com medo de sufocar-me e envolver-te fugi.
Penso,
como ousaria me arriscar.
E agora risco teu nome de mim,
traços,
linhas que nos separam,
uso laços que só enfraquecem o teu querer,
viro nó em você,
na garganta,
em tua vida
te desço guela abaixo sem que compreenda
eu fui apenas por querer,
querer estar
desesperadamente,
loucamente,
dentro,
fora
ao lado,
em,
de você.

segunda-feira, novembro 10, 2014

Ao som de Vai

Você me pede e eu vou.

Vou, mas levo os livros que não recebo,
 os beijos que não ganho, teu cheiro que não sinto,
 devolvo as cartas que não leio. 
 Vou, não deixo nada para trás, liberto-me de tudo, ou minto, ou na verdade omito, guardo teus olhos para se pretenderes voltar e plantar tua casa aqui.

Vou, pois não fui tua morada, teu porto, o ponto, 
fui estrada, 
fui folha de outono e chuva de verão, 
fui tempo de aflição,
 já você foi meu tempo real. 

Moreno, sereno te gostando vou, 
Em teu mapa já não se escreve eu  
E o tempo me leva, 
e eu viro pó, poeira, viro nada, só, me viro e voo.

Mas o vento que me voa espalhará meu perfume de flor pelos ares que te circundam, e quando te 
alcançares, serei em você uma marca,
que não lava, não seca só fica e é lembrada enquanto eu vou!