Você me pede e eu vou.
Vou, mas levo os livros que não recebo,
Vou, mas levo os livros que não recebo,
os beijos que não
ganho, teu cheiro que não sinto,
devolvo as cartas que não leio.
Vou, não deixo nada para trás, liberto-me de tudo, ou minto, ou na verdade omito, guardo teus olhos para se pretenderes voltar e plantar tua casa aqui.
Vou, pois não fui tua morada, teu porto, o ponto,
fui estrada,
fui folha
de outono e chuva de verão,
fui tempo de aflição,
já você foi meu tempo real.
Moreno, sereno te gostando vou,
Em teu mapa já não se escreve eu
E o tempo me leva,
e eu viro pó, poeira, viro nada, só, me viro e voo.
Mas o vento que me voa espalhará meu perfume de
flor pelos ares que te circundam, e quando te
alcançares, serei em
você uma marca,
que não lava, não seca só fica e é lembrada enquanto eu vou!
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