quinta-feira, novembro 20, 2014

F-oi



Foi nessa de se afastar por ternura, que a loucura transbordou no amor,
para os sujeitos opostos, o não lúcido, lúcido se tornou.
O amor tornou-se consciente,
onipresente
e se eternizou.
O laço que nos unia enroscou-me o corpo, já não pude respirar,
com medo de sufocar-me e envolver-te fugi.
Penso,
como ousaria me arriscar.
E agora risco teu nome de mim,
traços,
linhas que nos separam,
uso laços que só enfraquecem o teu querer,
viro nó em você,
na garganta,
em tua vida
te desço guela abaixo sem que compreenda
eu fui apenas por querer,
querer estar
desesperadamente,
loucamente,
dentro,
fora
ao lado,
em,
de você.

segunda-feira, novembro 10, 2014

Ao som de Vai

Você me pede e eu vou.

Vou, mas levo os livros que não recebo,
 os beijos que não ganho, teu cheiro que não sinto,
 devolvo as cartas que não leio. 
 Vou, não deixo nada para trás, liberto-me de tudo, ou minto, ou na verdade omito, guardo teus olhos para se pretenderes voltar e plantar tua casa aqui.

Vou, pois não fui tua morada, teu porto, o ponto, 
fui estrada, 
fui folha de outono e chuva de verão, 
fui tempo de aflição,
 já você foi meu tempo real. 

Moreno, sereno te gostando vou, 
Em teu mapa já não se escreve eu  
E o tempo me leva, 
e eu viro pó, poeira, viro nada, só, me viro e voo.

Mas o vento que me voa espalhará meu perfume de flor pelos ares que te circundam, e quando te 
alcançares, serei em você uma marca,
que não lava, não seca só fica e é lembrada enquanto eu vou!