segunda-feira, abril 07, 2014

Enquanto penso no drama real


Do resgate que faço as lembranças, no lugarzinho da memoria que alcanço agora, percebo que vivi pra outrem, agradar e ser boa, o boa que quase nunca agradou. Assim, morri inúmeras vezes em mim, anulando-me, negando-me ser um ser que deseja.

Qual é a minha história?
Tentei ser o padrão, mas não andei na moda, não tive o cabelo ou o carro do ano, não namorei os “boy” do colégio, não tive a popularidade de uma típica adolescente norte americana das comédias românticas e séries que existem por ai, mas eu quis tudo isso pela necessidade de me sentir, de ser.

Menti sobre livros, sobre músicas, sobre lugares e comidas, sobre sentimentos, quis fazer parte.

Num breve momento de esclarecimento percebo que sempre amei o amor do outro. Será que gostei mesmo de alguém? Admito com ar no peito, precisei ser forte para viver tudo que já foi vivido, não tive hiper cargas de adrenalina, vibração, vida loca. Alguns dizem vida de merda!

Vivo do conformismo e não acho isso bonito! Tive e tenho muitas dificuldades e a maior delas sou eu, desde que eu me lembro, sempre tive medo, medo de estar só, medo do fracasso, medo de deixar as pessoas decepcionadas, medo de magoar alguém e, sobretudo, ser magoado.

Pensei que se mantivesse minha guarda e focasse em outras coisas, outras pessoas, de alguma maneira nada me atingiria, eu não só me fechei pra dor como também me fechei pra o bem e pro mal, nada aconteceu, perdi tantas coisas que uma vida não seria capaz de listar, digo-lhes: viva como eu não vivi, pois a vida já não é tão colorida como eu via nos livros.


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