domingo, agosto 04, 2013

O que te mata?



Do nada numa esquina, mesa da cozinha ou mesa de bar surge uma pergunta, o que te mata? Cigarro mata – não fumo, bebida mata – digamos que quase não bebo. Drogas, solidão, depressão, saudade, atire e eu morro. Morro e mato amores, infelicidade, vazio, e ao passo que mata, revive a esperança de paz e sossego que tanto preciso, acalma meu coração, alívio no peito. Mas o que te mata? O que me mata são as coisas não feitas, não ditas, perdidas, burrices repetitivamente repetidas. Mata-me ser a idiota que fui e o amor próprio que me neguei. Mata-me a idade, a maturidade que não assumi. E com a morte de tantas coisas vivas a identidade não de identifica, apenas – morre. 

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